Oi amigos, segue abaixo uma cópia da ítegra de uma carta que envie hoje à rádio Itatiaia, em reposta às declarações da Sub-ecretária da SEPLAG
(Válha-me Deus, a covardia de Mu-ha agora chega ao ponto de nem se expor mais... )
Sem, ao terminar de lê-la você concordar comigo compartilhe!
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Belo Horizonte, 6 de setembro de
2011-09-06
Caríssimos, sou professora na
rede estadual de Minas Gerias. Estou em greve desde o seu início no dia 8 de
junho deste ano. Sou filiada ao sindicato, mas não pertenço a nenhuma coordenação
ou exerço qualquer atividade administrativa nele. Portanto, gostaria de exercer
o meu direito de reposta às colocações da subsecretária de Planejamento e
Gestão, dadas na manhã desta terça-feira. Ao contrário do que já pedi
anteriormente em outra carta, desejo que esta seja, lida para os ouvintes. Uma
vez que, o que se aparenta é uma briga entre governo e sindicato, muitos têm
crido que os professores não têm sido capazes de posicionar-se por si mesmos.
Poucos foram os meios que deram voz aos professores. O que é de se estranhar;
se são esses que tem decidido permanecer em greve ao longos desses 93 dias
mesmo com cortes no salário (proibidos por lei) e outras tantas pressões.
Assim, elenquei alguns pontos:
1- A categoria rejeitou a
remuneração por subsídio. Dos 200.000 servidores que puderam fazer a opção de
voltarem à carreira com vencimento básico, 153.00 o fizeram. Ainda que fosse um servidor apenas, o seu
direito à carreira e regime sob os quais foi ingressou no serviço público, deve
ser assegurado.
2- A categoria que está em greve
está pela implantação de uma lei que é federal, o estado não pode suplantá-la
por uma lei estadual. É totalmente contraproducente apresentar proposta com
melhorias num regime de remuneração rejeitado pela categoria. Tal proposta deve
ser apresentada aos que optaram por ele, não aos que o rejeitam.
3-O subsídio não foi proposto,
foi imposto. A imprensa deve zelar pela memória dos fatos, principalmente
quando ela mesma noticiou, ainda em julho de 2010, que enquanto a coordenadora
do sindicato esperava em uma sala pela última reunião com a comissão
instituída, em outra o governador anunciava o novo plano de carreira. O governo
se adiantou, não ouviu o sindicato, que representa legitimamente a categoria.
4- A lei 11738 que estabelece o
Piso Salarial Nacional dos professores é de 2008, a mesma estabeleceu
prazos definidos aos estados. O estado de MG não se adequou, não procurou a
União em tempo hábil e agora impõe aos servidores da educação as consequências
de sua improbidade. E., o pior, divulgou em nota, ainda no ano de 2008 que o
faria.
5- O auxílio repassado pela União
é concedido aos estados que aplicam 25% da arrecadação na educação. Se Minas Gerais
não tem direito a esse repasse é de se verificar onde têm sido investidos esses
recursos.
6- Deve-se considerar ainda que a
educação conta com uma verba própria que são os recursos do FUNDEB.
7- É de se estranhar uma
secretaria de planejamento e gestão não conseguir planejar nem gerir o tempo
que lhe foi dado, e não ter se dado conta dessa falha. É de se estranhar mais ainda
que durante todo esse tempo que pôde se adequar, e não o fez, criou nos últimos
anos inúmeras secretarias e nomeou vários cargos comissionados e de confiança
no primeiro escalão, além de reajustes salariais aos mesmos no fim do ano passado.
Por que a LRF aplica-se somente ao Piso Salarial dos Professores, instituído anteriormente,
há três anos? Se realmente não tem recursos tem de provar que aplica o
percentual exigido, tem de abrir suas contas, tem de parar de anunciar que
Minas Gerais é o estado que mais cresce no país, e assumir que precisa de ajuda.
8- E, em relação à proporcionalidade
prevista pela lei, se vai aplicá-la deve-se respeitar o que diz a mesma lei que
garante as progressões das carreiras já vigentes, na data da publicação da lei;
Logo, oferecer o mesmo piso de nível médio EM INÍCIO de CARREIRA a todos os
servidores independente de sua formação e tempo de serviço, não é respeitar o
que manda a lei. Além do fato de que o último concurso, que completou seis anos,
exigiu nível superior de escolaridade. PORTANTO, não há mais ninguém que esteja
em início de carreira há pelo menos três anos, muito menos profissionais do
antigo magistério nessas circunstâncias.
Não é de bom tom também anunciar
o total da remuneração por subsídio quando se discute o piso no vencimento
básico. Vê-se nitidamente que se misturam as informações e não as tornam
claras. Quando o governo acusa de faltamos com a verdade e relação ao que se
paga aos professores, é muito fácil verificar onde está a verdade, nos inúmeros
contracheques emitidos pela própria SEPLAG. O governo falta com a verdade, com
a sensatez e com a lei.
9- Pesa ainda contra o governo o
fato de anunciar que nosso contracheque não é claro, como não? Lutamos sempre
pelo direito de termos em nossas contas a discriminação do que pagamos, dos
serviços que utilizamos, dos bônus a que temos direito. Porque entendemos que é
nosso direito, que isso traz clareza. Logo, não faz sentido dizer que um plano
de carreira, em que tenho todos os meus rendimentos, benefícios e descontos
discriminados, não é claro. Uma afirmação como essa fere o princípio do
respeito à inteligência .
10- Deve-se respeitar as decisões
da categoria, que tem sido encarada como ovelha de pasto do sindicato. Somos,
em maioria, professores, e se dizem que nós não temos capacidade para
entendermos qual é a melhor remuneração, ou que não temos clareza de nossa
opção, talvez isso explique o descaso do governo e sociedade para com a
educação. Porque toma-se o profissional da educação como massa de manobra. Se,
um dia foi, deixou de ser quando o próprio estado passou a exigir formação continuada,
passou a impor decretos, leis e inúmeras políticas educacionais, as quais
exigem aperfeiçoamento, leitura, senso crítico para melhor formar cidadãos. Somos
uma categoria esclarecida, não precisamos do sindicato para sabermos em que e o
quanto temos sido lesados. Mas, optamos pelo sindicato, ele tem legitimidade
para nos representar. É vergonhoso um governo passar por cima dessa realidade e
tentar desmoraliza-lo [o sindicato]. Veja bem, se acharmos que não estamos
sendo bem representados, temos meios legais para solucionar o problema sem a
opinião do governo.
Por fim, e não menos importante, não
serão inúmeros informes, comunicados que orientam diretores a nos procurar e
pressionar pelo retorno à salas, não serão as manipulações de informações,
as cortinas de fumaça, tampouco o
silenciamento de muitos meios de comunicação que decidem o fim ou a
continuidade da greve. Quem decide se as propostas realmente atendem às
demandas da categoria é a própria categoria.
Se em todas as semanas cerca de
sete mil trabalhadores vão às ruas, a população precisa reconhecer que algo de muito
ruim está acontecendo. Ainda que fosse apenas um único cidadão, isso deve ser
considerado. É inadmissível olhar para um educador no século XXI e não
reconhecer o seu papel na sociedade. Falar de valorização é fácil, mas
valorizar implica em posicionamento em atitudes. Como
disse anteriormente: No dia em que aceitarmos arranjos na lei, estaremos
ensinando aos nossos alunos que a Lei é apenas um detalhe e que a cidadania se
compra a baixo custo e engaveta-se.
Respeitosamente,
Professora Débora Martins C. B.
Santos
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Os.: Cópia desta carta foi
publicada em redes sociais.
Débora, que maravilha sua carta.
ResponderExcluirParabéns!! Não ouvi a entrevista tive apenas notícias, mas você com toda certeza externou o sentimento de todos os educadores que estão lutando pela preservação de seus direitos e pelo cumprimento da LEi.
PEÇO-LHE PERMISSÃO PARA publicá-la NA ÍNTEGRA no blog E TAMBÉM NO FACE!
Parabéns!